Nas localidades de Cerema e Sangage, no distrito de Angoche, a juventude continua a encontrar no comΓ©rcio informal a principal forma de sustento. Entre bancas improvisadas e pequenos negΓ³cios, os jovens trabalham diariamente para sobreviver, mas guardam um desejo maior: conseguir um emprego formal que lhes traga seguranΓ§a, dignidade e perspetivas de futuro.
As suas vozes foram ouvidas durante uma pesquisa conduzida pelo ObservatΓ³rio do Meio Rural (OMR), que procurou compreender os desafios enfrentados pelas comunidades locais. De acordo com os jovens, a falta de oportunidades de trabalho e a ausΓͺncia de programas de capacitaΓ§Γ£o agravam a dependΓͺncia do setor informal, deixando a juventude sem alternativas para crescer profissionalmente.
“Vendemos porque nΓ£o temos outra opΓ§Γ£o. Mas sonhamos com empregos estΓ‘veis, com salΓ‘rio fixo, para poder ajudar as nossas famΓlias”, relatou um dos participantes.
As mulheres, por sua vez, chamaram atenΓ§Γ£o para os problemas no acesso Γ saΓΊde materna. Denunciaram que, muitas vezes, uma grΓ‘vida ao chegar ao hospital demora a ser assistida, o que Γ© visto como frustrante e arriscado. Sublinhando que o parto exige rapidez e responsabilidade, pediram uma resposta mais imediata e eficaz por parte dos serviΓ§os de saΓΊde.
As queixas e reivindicaΓ§Γ΅es refletem um sentimento coletivo de frustraΓ§Γ£o, mas tambΓ©m de esperanΓ§a. Os jovens desafiam o governo a criar polΓticas pΓΊblicas que promovam a inclusΓ£o, a geraΓ§Γ£o de empregos e a valorizaΓ§Γ£o do potencial local.
O estudo do OMR sublinha que a juventude de Angoche enfrenta uma dupla pressΓ£o: garantir rendimento para sobreviver hoje e lutar por um futuro melhor amanhΓ£. Entre as barracas de peixe, frutas e mercadorias variadas, permanece acesa a vontade de transformar sonhos em oportunidades concretas.
(RedaΓ§Γ£o)